16.5.07

Surda

A voz com que me falam
Não a ouço, não a sei
Vivo de olhos abertos
Ao mundo onde o silêncio é rei

Não é que nada proferido
Pelas bocas que me engolem
Não faça qualquer sentido
Não mova almas que nisso morrem

Mas sou surda a palavras
Que em mim nada são
Saiem certas, entram erradas
São-se fora do meu coração

E os coalescentes ditados
Chegam-me inóspitos, distorcidos
Ou terei já os pensamentos artilhados,
Para que nunca os considere vividos?

15 comentários:

Anónimo disse...

Sim srª... este poema ta mesmo daqueles que vale a pena reler muitas vezes.

Joana

Unknown disse...

Muito bom o poema..
espelha bem o quão inúteis podem ser as ideias pré-feitas e os conceitos já tidos como dogmas, para quem tudo questiona...

Joana Gama disse...

se muito se ouve, anda muita gente enganada.
uma contra o mundo?
uma em defesa de nada?

Mafalda Correia de Oliveira disse...

uma a dedicar-se aos bitaites em vez de se dedicar a aprender a decifrar poemas decentemente?

Anónimo disse...

Está tão bem escrito mafalda. ^^

E é tão estranho ler sobre o assunto, tentamos tanto ignorar aquilo que nos causa confusão.

Mas é verdade, e há tanta gente a lidar coma surdez, e ainda mais gente que não é surda mas parece querer ser. Acho que por vezes os surdos entendem-nos melhores que certas pessoas querem fazer parecer (como se diz na gíria: Dá Deus nozes a quem não tem dentes)

E é tão estranho ver por outra perspectiva, ver como alguém que não houve as palavras como nós as vê, sente. Como aprende a forma de nos perceber sem recorrer a língua já tão mal tratada, tão deformada, tão usada sem sentido, sem pensar, sem sentido.

Parabéns pelo poema mafalda. Quando parece que estagnas apenas estás a reunir palavras e sentidos para um outro poema ainda mais perfeito. Destrois as próprias barreiras que criaste.Excedeste-te ;)

Jokitas Za****** =)

Joana Gama disse...

poemas decentes eu decifro. bitaites mando sobre o popular. nao se meta comigo. :)

Joana Gama disse...

a decência da interpretação de cada um não pode ser julgada, quanto muito pode ser apontada ao próprio autor por ter deixado uma margem tão grande de liberdade para pensar.
Tal como disse o que é do povo leva a bitaites. Bitaite, talvez.

Anónimo disse...

Sempre que penso em novela mexicana lembro me de vir ao teu blog

Anónimo disse...

UM CARACOL ESMAGADO NA PAREDE!!!

(Desculpa mafalda...a serio. Ando a tentar curar-me mas o vício e demais...) =P

Eu por outro lado sempre que venho ao teu blog penso em novela mexicana.
Parece uma inversão sem significado, mas mostra que é só a Joana que vê essas novelas, para se lembrar do blog :P

Just kidding joana...just kidding.

Anónimo disse...

vamos a ver vamos... nao se brinca comigo, aqui e comigo só há respeito...
Enfim, desculpa tar a poluir o teu blog mafalda com estes comentarios xD (ele já não está muito são nesta área, e comigo a contribuir...) é o último! e eu não sei onde é que se ve novelas mexicanas se não até ia ver, pa ver se esta expressão sempre tem sentido
E é senhora Joana pra ti rosario :P

Anónimo disse...

Oh desculpe SENHORA Joana.

Mas devo dizer que não tem razão no que diz, eu é que irei escrever o último CARAC- perdão, comentário.

Mafalda o poema está deveras maravilhoso e é blasfémia o que eu e a SENHORA Joana estamos a fazer perante tal peça de arte ;)

Queria apenas encerrar comentando que deviamos fazer um blog só para discutirmos até a exaustão de forma absolutamente louca e estúpida estas novelas mexicanas...enfim um sítio próprio e não nesta antologia de poemas espectaculares de uma amiga nossa.

Encerro o meu caso =D

Anónimo disse...

gosto tanto destas picardias entre a joaninha e a (^.^)! :D

Lord of Erewhon disse...

Bom poema... com um léxico rico...

Dark kiss.

Anónimo disse...

DARK KISS LOL

Anónimo disse...

rainbow kiss