30.6.07

Memória Outra

Sei do velho que conta
Ao mundo que lhe diz
Estende-te à solidão
-Sempre a tive, nunca a quis.

Mas que sozinho pelas ruas
Já o velho sorriu
Viveu extraordinário mundo
Na companhia que o já viu.

Em tal reflexo inseguro
Se lhe atribulava a mente
Na imensidão de realidade
Sabendo nunca o que sente

Chora meu velho, lamenta
Ignorância será nunca pecado teu
Se só te vives, persistes, contentas
Habitas lugar melhor que o meu

5.6.07

Espelho

Conta ao humano que vês
Que tudo o que lhe fiz
Foi coisa que imaginei
Mas coisa que nunca quis

E que não mais lágrimas caiem
Onde desespero é rei
Contas às palavras que lhe saiem
Que são de ninguém, não as sei

Mostra-lhe que se é triste
Eu o choro em solidão
Mas conta-lhe que é o que resiste
Ainda é quem diz não