15.10.07

Um

Há um silêncio mordaz
Nesses verdes olhos teus
Em que todo o mundo se faz
Sempre que olham os meus

E és metade ausente
Quando em meus lábios chove
Não há, animal meu, outro ente
Por quem meu choro se move

Pois somos membros desmembrados
De um só nos partimos
De um só nos juntámos
E és meu em toda a dimensão
Deste meu triste e pobre coração

Tenho uma Arma na Mão

Se olho em volta
Questiono
Que é esta civilização?
Pois a cada passo
De outro me recolho
Tenho uma arma na mão

Sempre me intriga
O abraço que nunca dei
E em silêncio me manifesto
Pois me assusta o gesto
Não é de compaixão
Se o é, não o sei
Tenho uma arma na mão