30.4.09

já só sei escrever palavras

Não há belezas aqui,
Só os segredos escondidos,
Em páginas de livros,
Do que em tempos senti,
De toda a vida que fui,
Todo o sonho que moveu
Aquilo que sempre previ,
Mas que agora, morreu.

Não desespero nem choro,
A alma não pequenou
Foi só um síndrome vago
Já não achar necessário
Escrever aquilo que sou
A cada momento passado
A cada vida num verso
Que um amor verseado
Não tem por isso marcado
O futuro que lhe peço

E talvez seja só desculpa
Da dormência da mente
O porquê da arte acabada
Porque é que a mão já não sente?
Mas tudo tem o destino
Bem escrito em lado nenhum
E não é por serem lavradas
Todas as terras que tenho
Com vontades semeadas
Que tudo passará
De um sonho estranho

E eu já só sei escrever palavras

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei mesmo muito da última estrofe. Gosto da maneira como escreves.

Sinto-me lisonjeada por teres o Folhas ao Vento nas "outras coisas".

Força, escreve muito **